quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Proibido de rezar missas, padre conhecido por fazer ‘curas’ volta de surpresa e faz vigília sem batina

Jocelir Vizioli atraía 9 mil fiéis de toda região para a cidade por fazer 'curas'.
Missionário subiu ao altar sem estar com a batina.

Após ser proibido pelo bispo da Arquidiocese de Piracicaba de rezar missas em Rio Claro (SP), o padre Jocelir Leo Vizioli, de 56 anos, apareceu de surpresa na Paróquia Nossa Senhora do Caravaggio e fez uma vigília na noite de segunda-feira (17). A última missa que ele realizou foi no dia 13 de janeiro. Na despedida, disse que seria transferido para outra paróquia, mas não sabia o destino e nem o motivo, o que gerou vários protestos dos seguidores pelo retorno do religioso. Conhecido por fazer ‘curas’, o missionário chegava a reunir nove mil pessoas em suas missas.

Vizioli subiu ao altar sem batina e durante a vigília mudou o discurso. Antes o padre pediu para que os seguidores ficassem em casa rezando por ele, mas na noite de segunda-feira disse que a manifestação nas ruas era um direito deles e que ninguém poderia impedi-los, ainda mais por uma expressão de fé e emoção. Além disso, o padre afirmou que em duas semanas os fieis terão mais uma surpresa. Segundo uma seguidora que não quis se identificar, na próxima segunda-feira (24) o padre estará de volta para realizar outra vigília.

Depois de benzer os fiéis com água benta, ele desceu do altar escoltado por vários seguranças. A reportagem tentou conversar com o missionário, mas ele preferiu manter o silêncio.

Para os seguidores, a vigília foi um presente. “Eu sou voluntário da igreja e para mim é uma emoção enorme ver o padre de volta. Estou super emocionado e não quero que ele vá embora de Rio Claro”, disse o autônomo Adilson Donizete.

“Muitas pessoas voltaram para a igreja católica por causa da palavra dele. Para mim, ele é iluminado, porque tem o dom da palavra e as mãos abençoadas, mas querem tirar isso da gente, não pode”, protestou a autônoma Vanderli Rodrigues.

Para a dona de casa Aparecida Almeida, o missionário faz falta. “Eu quero que ele volte, a gente precisa dele aqui em Rio Claro. Esse período em que ficamos sem ele foi bem ruim, senti bastante falta”, relatou.

Sem destino

A Arquidiocese de Piracicaba afirmou, entretanto, que a ordem dos claretianos de São Paulo é de que a transferência dele é certa, mas o destino não foi informado.

Histórico

Gaúcho, o padre Jocelir vive em Rio Claro há 13 anos e aos poucos atraiu uma multidão para suas missas. Durante seu último sermão, que está disponível no YouTube, relembrou que sua primeira missa atraiu 14 pessoas.

Há quatro anos precisou erguer um novo local para abrigar seus seguidores. A igreja Nossa Senhora do Caravaggio foi construída em oito meses, com ajuda dos fiéis. As missas aconteciam sempre às segundas-feiras, quando atraíam até nove mil pessoas, e às sextas, com um público de cinco mil fiéis.

Em 2003, foi investigado por ser suspeito de agredir uma mulher e uma adolescente. Segundo a Polícia Civil, um caso foi arquivado e o outro corre em segredo de Justiça.




Fonte: G1
-------