domingo, 23 de fevereiro de 2014

O governo de Cristo sobre as emoções

A  nossa alma caracteriza-se pela razão (pensamentos), emoção (sentimentos) e vontade (desejos). A maturidade consiste na harmonização destas três dimensões para que haja equilíbrio numa personalidade saudável, feliz e frutífera. Vivemos, no entanto, numa realidade marcada pelo pecado não só nos indivíduos, mas nas estruturas sociais, econômicas e políticas que geram desequilíbrios e que afetam, principalmente, as emoções, gerando dor e sofrimento. Freud afirmou que a dor do mundo se torna quase insuportável para alguns, que precisariam do conforto de um remédio, droga, qualquer coisa, para sobreviver.

A palavra de Deus aponta para outra direção, aponta para Cristo, pois ele veio para que tenhamos vida abundante (João 10.10). Nele o reino de Deus se faz presente (João 1.14) e esse reino "não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14.17). A Palavra afirma que "o Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos. Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (João 3.35-36). Portanto, na conversão genuína o rebelde se rende ao senhorio de Cristo e, sob o governo de Cristo, as emoções negativas mais fortes e doloridas transformam-se em sublimes sentimentos.

A tristeza se transforma em alegria. "Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem. Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar" (João 16.20-22). A tristeza do cristão é dor de parto que gera alegria.

O medo se transforma em coragem. Não só os inimigos imaginários, mas os inimigos reais são vencidos pelo poder de Cristo. "Se Deus é por nós, quem será contra nós? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Romanos 8.31, 33-34). Portanto, nem tribulação, nem angústia, nem perseguição, nem fome, nem perigo, nem espada, nada poderá nos separar do amor de Deus (Romanos 8.35).

Os conflitos se transformam em paz. O resultado da justificação pela fé e da reconciliação com o Pai mediante o sacrifício do Filho é a paz com Deus (Romanos 5.1), com nós mesmos, com o próximo e com a natureza. Firmes nesta graça, "gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5.2b-5).

Quando estamos sujeitos à autoridade de Cristo, vivendo em unidade na comunhão fraterna, ele passa a ser "tudo em todos" (Colossenses 3.11b) e nos revestimos como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Perdoamo-nos uns aos outros como somos perdoados por Deus. Acima de tudo, revestimo-nos de amor, o vínculo da perfeição, (Colossenses 3.12-14), o mais sublime de todos os sentimentos, de todas as emoções, porque é o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus quando se sacrificou por nós (Filipenses 2.5-11).



Fonte: Mathias Quintela de Souza no Instituto Jetro
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