quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Igreja batista implanta 'mini cidade' em São José dos Campos

"Sou um líder visionário." Nenhuma frase explica melhor a personalidade de Carlito Paes, pastor presidente da Primeira Igreja Batista de São José. Paes chegou à cidade há 17 anos, encontrando uma pequena igreja com 600 fiéis. Hoje, eles somam 10,6 mil membros.

Seu espírito empreendedor ficou evidenciado no crescimento da estrutura da PIB, que ocupa uma área de 25 mil metros quadrados junto à supervalorizada via Dutra.

Neste local, batizado como campus Colina, a PIB está concluindo o maior auditório da cidade, com 6.500 lugares. Uma escola de ensino fundamental e médio, a Inspire, foi erguida em exíguos cinco meses e já abriga sua primeira turma de 345 alunos.

Mas os projetos de Carlito Paes para a PIB não se limitam à pregação evangélica e à educação. Os "braços" social e comercial da igreja formam um respeitável conjunto de empresas, projetos e iniciativas.

Os bons resultados obtidos como pastor, empreendedor e comunicador fazem de Carlito Paes um personagem influente na vida da cidade.

A seguir, os principais trechos da entrevista a O VALE :

A PIB surge como uma espécie de "império" do ramo evangélico na região. Em que se baseia o projeto de expansão da igreja?

Não é um império porque um império tem que ter um imperador e eu sou só um servo. [risos] Assumi a PIB em São José em 1997, portanto há quase 17 anos. Tinha 27 anos e assumi como pastor na equipe. A igreja tinha só 600 membros e eu sonhava com uma igreja grande, um lugar que não fosse só para ver e sair do culto, mas um lugar onde as crianças pudessem correr, onde se pudesse fazer conferências de treinamento, onde pudesse existir um complexo esportivo, uma escola, restaurantes, lanchonetes, auditório. E comecei a sonhar com isso. A Volkswagen havia saído da avenida José Longo e nós fomos para lá, isto em agosto de 2001. E quando a igreja foi para lá, logo já eram 1.000 pessoas. Passados mais dois anos, com visão bem de futuro, compramos este terreno de 205 mil metros quadrados, que terminamos de pagar este ano. O valor original, de R$ 10 milhões, foi parcelado e pago em nove anos. Então a igreja começou a construir. E estamos construindo ainda, é um projeto a longo prazo.

Qual é o projeto?

Continuamos construindo o auditório e, no ano passado, através de um empresário que também é membro da igreja, o Vale Sul Shopping e a Century do Brasil firmaram uma parceria conosco e construíram o prédio que hoje é o Colégio Inspire. São 4.000 metros quadrados de área. Acreditamos que a revolução deste Brasil que nós queremos passa pelo caráter e pela educação. E o Inspire se propõe a isso. Formamos uma equipe fantástica, com proposta bilíngue. Hoje, são 60 professores, 18 turmas e 345 alunos do primeiro ano do ensino fundamental ao segundo ano do ensino médio. 
E a igreja continua sonhando. Nós ainda planejamos ter aqui, em uma área muito grande, o complexo esportivo, que está em andamento, depois a área vai ganhar um estacionamento coberto por andares e auditório principal para 6.500 lugares. Sonhamos até em adquirir mais áreas e termos algo na área de saúde, principalmente a saúde de idosos. Imaginamos uma casa de repouso e um hospital geriátrico.

A igreja sustenta as atividades paralelas ou é o contrário? O que viabiliza a PIB?

Boa pergunta. A coisa principal da igreja é a fé. A PIB de São José é um grupo porque tem áreas de serviços, mas o mais importante são as celebrações, o cuidado pastoral. Hoje, a igreja tem 10,6 mil membros, 600 células e 25 pastores em seis locais de celebrações: os campi Colina, Centro, Betânia, Zona Norte, Zona Sul e Primavera. No campus Primavera nós temos o maior empreendimento social feito por uma entidade religiosa da cidade. Investimos lá R$ 1 milhão na construção de um complexo, construímos uma quadra poliesportiva, um ginásio e vamos levar para lá a sede da Abap (Associação Beneficente de Ajuda ao Próximo). 

Religião e empreendimentos comerciais não são conflitantes?

Precisamos administrar com sabedoria e com ética. A PIB em São José é uma associação religiosa, ela não pode fazer nenhum tipo de negócio porque ela é uma igreja, uma associação. Daí ela ter criado outros dois braços. Um braço social, que é a Abap, é uma pessoa jurídica à parte, em que a igreja é a mantenedora. A Abap pode fazer parcerias, como as que temos com a prefeitura, a Embraer e a Petrobrás Distribuidora. O outro braço é o comercial. Acho errado qualquer entidade que queira fazer alguma coisa não pagar impostos. A PIB tem editora, livraria, salão de beleza, emissora de rádio, agência de treinamento, agência de comunicação.
Tudo isso faz parte do nosso grupo comercial. Então não dá confusão porque você deixa as coisas bem claras. 

E a igreja, como vai? Qual a estrutura atual?

A igreja vai muito bem, ela vai completar 72 anos, é de 1942, então podemos dizer que ela não nasceu com São José, mas ela cresceu com São José. A igreja tem hoje quatro celebrações por domingo aqui na Colina. Mas nós sabemos que se o espiritual atrai, as pessoas precisam de um mínimo de infraestrutura. A Colina oferece isso. A igreja é muito boa nas suas palestras. Não somos uma igreja que usa pregação chata. Eu não prego de terno e gravata, sou pastor casual. Não fico gritando no púlpito, quero que o meu ouvinte se sugestione de que eu estou na sala, conversando com ele. 

Pastor, como surgiu a sua vocação evangélica? 

Eu estava no Rio de Janeiro, sou natural de Macaé. Quando tinha 14 anos fui a um retiro de adolescentes e houve um desafio para aqueles que queriam se entregar ao ministério, ao sacerdócio. Na época, o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, que é no Rio. Fiz o bacharelado e o mestrado. Agora estou fazendo doutorado porque entendo que o aperfeiçoamento é fundamental. 

A PIB tem sua marca?

Sou um líder visionário, acredito em movimento. A igreja não é um monumento. Quero levar a igreja para fora para a comunidade, para o serviço. A PIB tem o maior serviço social religioso da cidade.

O senhor é um pastor, um empreendedor e um comunicador. Em qual dessas vocações se sente mais forte?

Entre cuidar do indivíduo, empreender e comunicar, fico com a comunicação porque isso maximiza o meu dom. Creio que a comunicação é fundamental para o crescimento.

O senhor diria que o céu é o limite para a PIB?

Enquanto houver uma pessoa que não tenha fé, esperança e amor no coração na cidade, este é nosso limite. 

Pastor Carlito já escreveu 16 livros

O pastor Carlito Paes é autor de 16 livros sobre temas como liderança e espiritualidade, com mais de 100 mil exemplares. Sua próxima obra já tem título: "Os Sete Pecados da Liderança", escrito a "quatro mãos" com Willian Douglas, autor do best-seller "As 25 Leis Bíblicas do Sucesso". Outra obra sua deve ser lançada em maio pela Editora Inspire.

Evento reúne mais de 1.500 pastores

Entre 30 de abril e 3 de maio o campus Colina receberá mais de 1.500 pastores e líderes da igreja batista de todo o país na 14ª edição da Conferência Inspire Brasil. O evento tem seis preletores (dentre eles Carlito Paes) e 20 workshops. Novos eventos deverão ser programados no local, que será o maior auditório da cidade, para 6.500 pessoas.





Fonte: O Vale
-----------