domingo, 17 de fevereiro de 2013

A arte de encorajar

"Apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela."  (Tito 1.9)

Por definição, “encorajar” é o ato de animar, estimular ou incutir coragem em... Como, a meu ver, essa atitude não pode ser entendida como parte natural dos relacionamentos nos dias de hoje, em que muitas vezes pensamos mais na auto-ajuda que na mútua-ajuda, quero abordá-la aqui como sendo uma arte.

Sim, uma arte, que só se aprende com muita disciplina, treinamento, sensibilidade e paciência, tal como deve ter um pintor, ao observar e pintar uma paisagem. É, sobretudo, uma disciplina interior, em que cultivamos a esperança para com a vida e a gratidão ao Deus da vida, somos movidos por sua força e orientados por seu amor, justiça e retidão. É uma arte que se aprende à medida que se luta contra as indisposições e variações de ânimo, que vêm do interior como resposta ao exterior, e tendem a fazer com que olhemos para o cotidiano e as dificuldades a ele inerentes como obstáculos ao próprio viver.

A pessoa encorajadora, assim, sabe muito bem e aceita o fato de que o viver não existe sem esses tais obstáculos, e são precisamente eles que lhe dão sabor e fazem dele um caminho para aprendizes audazes, que não temem a perda, o ultraje ou o sofrimento, visto que tudo já perderam e tudo já ganharam em Cristo. E é precisamente a fidelidade à mensagem de Cristo que pode nos transformar, de caminhantes sem rumo e perspectiva, em aprendizes legítimos da arte de viver pela coragem do Senhor e, desse modo, encorajar outros.

O mestre nos convida a nos matricular nessa escola, e, então, passar a treinar nossa capacidade de incutir ânimo e coragem em outros, sobretudo nos momentos em que batem o desânimo e a vontade de desistir. Portanto, só quem experimenta, interiormente, o poder da esperança e encorajamento que provêm de Cristo e de sua Palavra poderá ser capaz de consolar, animar e encorajar seu próximo.




Fonte:  Jonathan Menezes em Escrever é Transgredir
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