domingo, 6 de janeiro de 2013

O bezerro de ouro. "Prostituindo a adoração"

 “Ouvindo Josué a voz do povo que gritava, disse a Moisés: Há alarido de guerra no arraial”. (Êxodo 32:17)

Minha reação ao ler este versículo sempre foi a mesma: Josué se enganou! No versículo 7 do mesmo capítulo lemos que o povo estava adorando um bezerro, mas não havia guerra alguma ali. Recentemente relendo este versículo o Espírito Santo me surpreendeu com uma pergunta. Foi algo direto, Ele me perguntou: “Você pode ouvir o alarido de guerra que há no arraial?”.

Havia gritos (v. 17), havia música (v. 18) e havia danças (v. 19), quem os observava de longe via alegria e júbilo, mas de perto tudo se limitava a falso fogo, falsa alegria, falsa adoração. O centro de tudo aquilo não era o Senhor; mas, uma mera estátua construída por mãos humanas, alimentada por vaidades. Não havia incenso, não havia aroma suave, havia apenas a prostituição da adoração… Sim Senhor, eu ouço o alarido de guerra! Josué não estava enganado, havia uma guerra acontecendo e ela não cessou, ela continua até os nossos dias. É uma guerra cruel pela adoração e pela lealdade dos filhos de Deus. Você pode ouvi-lá??

A prostituição da adoração nasce quando a rebelião dos filhos de Deus se encontra com o sacerdócio corrompido (EX 32:1-4). A reação de Arão ao pedido do povo revela sua cegueira espiritual. Ao invés de revelar a direção do Senhor ao povo, ele pede suas argolas de ouro, ou seja, “arranca” o que ainda lhes resta de precioso. Esta é a principal marca de um sacerdócio corrompido e cego. Quantos hoje tem arrancado o que ainda há de precioso no povo do Senhor? Arrancam mais do que seu dinheiro, levam também sua santidade, sua fome, sua sede, sua sinceridade e temor diante do Senhor e os transformam em ídolos; mas não os chamam mais de “bezerro”; hoje preferem outros nomes como “prosperidade”, “doutrinas”, “denominações”, “super apóstolos”, “cantores gospel” e tantos outros.

Estamos repletos de ídolos. Estamos afastados da vontade do Senhor. Mas quando nos olham ao longe vêem a dança, as músicas, os gritos como se tudo estivesse em seu devido lugar. Não está! O centro de nossa adoração não tem sido o Senhor! Temos roubado sua glória e nos prostituído um dia após o outro.

Nossa adoração precisa ser curada. E isto só acontecerá com o encontro da sinceridade e do temor de duas gerações. Moisés era o remanescente de sua geração e mesmo sozinho permanecia no centro da vontade do Senhor. Josué representava uma nova geração que percebe que há algo errado com a multidão e decide “grudar” nos poucos que tem sido fiéis ao Senhor (Êxodo 33:15).

A intercessão de Moisés pelo povo é marcada por sua compaixão e ela não se baseia no caráter ou no mérito do povo e sim em sua intimidade com o Senhor (EX 32:11-12). O seu clamor não é apenas pela salvação daquele povo, mas para que o nome do Senhor seja honrado. Como um sacerdote fiel, não teme a multidão (EX 32:20), não se cala quando sabe que há algo vindo do coração do Pai e que precisa ser dito. Mói o bezerro e faz com que o povo o beba para que saibam que a culpa do que está acontecendo não é apenas de Arão, mas de todos, inclusive dos que apenas se calaram. Moisés entende que a vontade do Senhor e a glória de Seu Nome sempre estarão acima de qualquer relacionamento ou da obediência aos homens (Êxodo 32:27).

Êxodo 34:30: “Olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele do seu rosto; e temeram chegar-se a ele”.

Talvez muitos prefiram fugir de suas responsabilidades, porque assim como foi com Moisés, a verdadeira intimidade com o Senhor gera marcas que “assombram” àqueles que não a conhecem.

Você prefere fugir, você prefere se calar enquanto seu povo se prostitui (EX 34:14-16)?? Enquanto todos viram as costas ao Deus que se chama Zeloso?? Decida hoje de que lado você está!



Fonte: Blog do Aldric
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