quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O meu coração é um lugar onde encontro com o próximo


O segundo encontro entre duas pessoas ocorre pela metáfora do coração.

Pelo coração o outro chega da forma como o recebemos. Pelo coração o outro visita o nosso interior sem saber o território em que está pisando e é pelo coração que o ambiente para o outro é proporcionado.

Quando no coração se encontra pintado, o branco da paz, o azul da felicidade e o verde da esperança, não se carece de um novo colorido.

Mas carece um novo tom quando nas suas paredes há gravuras de cenas tristes, pichações de mágoas recebidas e o rústico dos ressentimentos.

Pelo coração, levamos o próximo a ver pelas janelas dos nossos olhos a vista de um sol nascendo, e também por ela a imagem de uma densa constelação é observada.

Talvez o próximo em sua visita ao coração, encontre o barulho da reconstrução. Como todas as reformas o coração em processo de refazimento emite sons diversos.

Porém, é melhor quando juntos ouvirmos a amabilidade do silêncio. A visita fica agradável, quando nele o silêncio impera, ou então só se ouve as belas palavras de tranquilidade proferidas pelo próximo.

Talvez o coração peça mais visita, mas não se necessita um novo encontro quando o outro deixou um rastro em cor vermelho em suas palavras.

Não se pede para voltar quando o outro deixa recitado poemas ensurdecedores, quando o seu sibilar é um egoísmo estridente.

Ás vezes é necessário proporcionar um novo lugar, refazer, remontar, limpar, e como toda limpeza, exige-se caixas amontoadas prontas para serem desapegadas. 

Sentimentos inúteis, histórias perturbadoras, poeiras passadas, compõem um ambiente transitório, que dará um novo lugar ao próximo que merece ser recebido.

Jesus no mais forte do Seu amor, nos deixa uma das mais sábias lições para se conhecer o humano que há em nós: “A boca fala do que lhe transborda do coração.”

Pela metáfora do coração Ele nos ensina como é que somos, e é neste local, chamado coração, que recebemos o próximo que se aproxima.



Fonte: Maria Eliete Gomes na Revista Ultimato
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