quarta-feira, 4 de julho de 2012

"Se for da vontade de Deus, meu filho voltará", diz mãe de criança afogada em piscina de berçário em Goiânia

Nivian Teixeira Faleiro, 36 (esquerda), é amparada pela amiga Alice, durante vigília na porta de hospital em Goiânia. O filho de Nivian, Isaque, é uma das crianças que se afogaram na piscina de um berçário, na manhã de segunda-feira.

“Meu filho está nas mãos de Deus, se for da vontade dele, ele voltará para mim salvo”, declarou na manhã desta terça-feira (3) Nivian Teixeira Faleiro, 36, mãe de Isaque, dois anos, uma das crianças que se afogaram na piscina de um berçário, em Goiânia, na manhã de ontem (segunda 2).

Em vigília na porta do Instituto Goiano de Pediatria (Igope), no Parque Amazônia, a família do garoto comemorou a melhora do quadro clínico que passou de gravíssimo para grave, segundo o último boletim médico.

Em depoimento ao UOL, a mãe da criança disse que o foco dos familiares e amigos está na recuperação da criança. “O que aconteceu com ele poderia ter acontecido comigo e com qualquer outro. Foi uma fatalidade. Antes de o Isaque ser meu ele é de Deus. Foi Deus quem permitiu que eu o gerasse, e ele sabe o que é melhor. Se for da vontade de Deus ele voltará”, disse a mãe, ao reforçar que a fé é que salva e é o que a sustenta.

Em oração constante na porta do hospital, Nivian e o marido, Rodrigo Almeida Sousa, 29, disseram que a família está abalada, mas confiante na recuperação da criança. Segundo o pai, o filho caiu na piscina e ficou 15 minutos sem respirar.

Ele conta que o atendimento prestado por outro pai, que realizou os primeiros socorros no bebê quando o viu desacordado no local, foi fundamental para que o filho sobrevivesse. “A mão de Deus está operando. Desde a noite de ontem, o Isaque não teve mais convulsões, a diarreia cessou e a pressão se estabilizou.”

Sousa diz que agora a criança precisa ficar 48 horas sedada e sem estímulos, para que seja realizada, ao final desse período, uma tomografia para avaliar a lesão no cérebro. A criança continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e o próximo boletim médico será divulgado às 16 horas de hoje (terça).

O quadro clínico da outra criança, uma menina de um ano e nove meses, também apresentou melhoras. Segundo o boletim médico divulgado pelo Hospital da Criança, ela passou a respirar sem a ajuda de aparelhos, e o estado passou de grave para parcialmente grave.

O acidente

O afogamento das duas crianças – o menino Isaque, de dois anos, e a menina Andressa, de um ano e nove meses – aconteceu na manhã dessa segunda-feira, num berçário, no setor Serrinha, em Goiânia. A menina caiu primeiro na piscina. Ela foi retirada por uma monitora, que deu falta da criança e a encontrou durante o afogamento.

Assim que a criança foi retirada, o portão que liga o berçário à área da piscina permaneceu aberto, e Isaque foi o segundo a cair na piscina, onde permaneceu por 15 minutos. Ele foi socorrido por um pai de outro aluno que chegava ao local.

Segundo a investigação policial, a piscina é cercada, mas no desespero devido ao primeiro acidente, os funcionários se esqueceram de fechar o portão. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depai) apura em que situação ocorreu o acidente e se o berçário possui os documentos necessários para operar.

Na manhã de hoje, na porta do Igope, o pai do Isaque disse que ainda não entrou em contato com o berçário onde o filho ficava desde os quatro meses de idade. Segundo ele, a criança sempre foi bem cuidada no local.

Amiga da família de Isaque, Alice Martins disse que todos estão envolvidos na recuperação da criança e que o objetivo agora não é crucificar os donos do berçário. “Ninguém abre um berçário para prejudicar. O que aconteceu foi uma fatalidade, pedimos para que tudo seja apurado, mas que as pessoas não sejam instigadas ao ódio.”



Fonte: UOL
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