domingo, 15 de julho de 2012

Religião contribui para bem-estar psicológico entre jovens

A juventude é uma fase de mudanças e que envolve certos conflitos entre os adolescentes até aqueles que já passaram dos 20 anos. Buscando compreender essa temática, o artigo “Bem-estar psicológico de jovens de 18 a 24 anos: fatores associados” abordou as questões ligadas ao bem-estar psicológico de jovens da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. O estudo desenvolvido por Luciano Dias de Matos Souza e equipe, da Universidade Católica de Pelotas, foi publicado nos Cadernos de Saúde Pública em junho deste ano.

Durante a pesquisa, os participantes informaram dados sociodemográficos e responderam questões sobre prática de religião e trabalho. Para avaliar o bem-estar psicológico, os autores utilizaram a Escala de Faces de Andrews.

Segundo o artigo, nos últimos anos as indagações sobre o assunto aumentaram e o foco foi a satisfação e a felicidade da população investigada. Essas ferramentas são estudadas no âmbito da cognição a partir da satisfação com a vida e a partir do campo afetivo através do conceito de felicidade. “O componente afetivo se subdivide, por sua vez, em uma tendência da pessoa a experienciar sensações positivas (afeto positivo) e uma tendência a perceber sensações negativas (afeto negativo). Essas duas disposições são independentes. Afetividades negativas e positivas não se referem apenas à frequência de tais experiências, mas também a sua intensidade”, explicam os autores na publicação.

Para a equipe, no Brasil, ainda há poucos estudos que levam em conta o bem-estar psicológico de jovens a fim de construir intervenções e políticas públicas para esse grupo. Essa faixa de transição da adolescência para a vida adulta cria certos conflitos uma vez que a realidade passa a ser outra, fora da casa dos pais, com maior autonomia das decisões e com consolidação da autoestima. Esses fatores podem “gerar algum tipo de sofrimento psíquico associado ao baixo nível de bem-estar”, de acordo com a pesquisa.

As situações que contribuem de forma negativa para o bem-estar psíquico são morte de alguém próximo, dificuldade para conseguir um emprego, fim de um relacionamento e doenças. Foi possível perceber também que a religião está relacionada de maneira significativa com níveis positivos de bem-estar. “Pessoas que praticam semanalmente apresentam maiores níveis de bem-estar psicológico do que as que praticam esporadicamente ou nunca”, afirmam os especialistas. Compreende-se ainda que valores socioeconômicos e baixa escolaridade dos pais estão diretamente entrelaçados com baixo nível de bem-estar dos jovens. Outra perspectiva que remete a esses baixos índices são o consumo de álcool, cigarro e a ausência de prática de exercício físico.


Fonte: Clic News com informações da Agência Notisa
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