sábado, 11 de fevereiro de 2012

Prefiro acender uma luz

Será que nos esquecemos de que somos todos irmãos em Cristo Jesus?

Será que existe mesmo um lado de lá e um lado de cá no reino de Deus? E, não havendo, será que estamos em condições de definir quem está dentro e quem está fora deste reino? Quem nos deu estas prerrogativas?

Quem nos deu o direito de chamarmos de idiota o irmão que discordar de nossa teologia? E quem nos deu o direito de xingar pastores? Se nem mesmo o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, “não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!" Quanto mais nós deveríamos ter cuidado em atribuir adjetivos a possíveis ministros do evangelho? Ainda que alguns estejam caídos, poderá porventura nossa difamação levantá-los?

Por que criticamos tanto nossos irmãos e oramos tão pouco por eles? Se é que oramos...

Penso que tais atitudes agressivas prestam um tremendo desserviço à causa do reino de Deus. Percebo que o maligno, e somente ele, é quem se fortalece em cada troca de acusações e ofensas entre os que se dizem cristãos. Ninguém ganha com isso, a não ser as trevas da arrogância, da presunção, do egocentrismo.

Estou convencido, pela palavra de Deus, de que os problemas que existem nas mais diversas denominações evangélicas não se resolvem com xingamentos e ataques pessoais. Agir assim é como gritar contra a escuridão, imaginando que, desta forma, ela se dissipará. Mas de nada adianta gritar contra a escuridão, precisamos simplesmente acender uma luz. A luz da verdade. Apenas isso.

Há irmãos sinceros e amáveis em todas as formas de cristianismo. Alguns de nós, inclusive, já fizemos parte até do catolicismo, e nos julgávamos salvos, porque nunca duvidamos de que Jesus Cristo é o Senhor. Só deixamos de ser católicos porque uma luz se acendeu e percebemos que seria impossível continuar praticando certas tradições humanas.

E quantos de nós, nessa busca por mais iluminação, já não passamos por igrejas evangélicas tradicionais, pentecostais, ou neo-pentecostais? E, no tempo em que por lá estivemos, também nos sentimos salvos, porque, apesar das diferentes formas de culto, continuamos crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

O que estamos esquecendo é que por mais diferentes que sejamos, o Espírito Santo atua nas diferenças. Quando lemos, por exemplo, os recados do Senhor às sete igrejas do Apocalipse, notamos como aquelas congregações eram diferentes. E, no entanto, de nenhuma delas o Senhor desistiu. Nem mesmo de Sardes, que tinha nome de vida, mas estava morta (Ap 3:1) ou de Laodicéia, uma igreja na qual o Senhor estava do lado de fora, batendo à porta, na esperança de alguém ouvir a sua voz e abrir-lhe a porta (Ap 3:20).

É nessa bendita esperança que prefiro continuar acendendo uma luz, que se chama Jesus Cristo. Somente a sua voz pode quebrantar o mais endurecido coração. Suas palavras, seu exemplo, seu amor.

Chega desse embate de homens contra homens, de reinos contra reinos. Será que ninguém mais se cansou disso? Será que ninguém mais percebe que tal brutalidade só nos levará a contendas, mágoas e, por fim, ao isolamento?

Perdi muito tempo de minha vida criticando este ou aquele pastor, esta ou aquela instituição. Não teria sido muito melhor semear a verdade do evangelho, na esperança da semente encontrar solos preparados pelo Espírito Santo? Ainda que muitos rejeitem a verdade, sempre haverá os que têm ouvidos para ouvir o que o Espírito diz às igrejas.

Mas talvez alguém ainda prefira continuar denegrindo e difamando irmãos. Quanto a mim, estou cansado disso. Chega de gritar contra a escuridão. Prefiro acender uma luz.

“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”
(Paulo – Rm 12:21 – Por favor, medite bastante em todo capítulo 12 de Romanos)


Fonte: Alan Capriles em seu blog
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