quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Missões Nacionais: Igreja fora da Igreja

Uma característica do ministério de Jesus o distinguia substancialmente do ministério exercido pela classe de sacerdotes contemporânea a Ele: enquanto aqueles permaneciam confinados no templo, Jesus ia às ruas; enquanto eles compreendiam ser o templo sagrado o espaço onde deveriam exercer o “ofício sacerdotal”, o Senhor ensinava, pregava e operava milagres em lugares tidos como não sagrados e não apropriados para alguma atividade religiosa.

O primeiro sermão de Jesus foi pregado num monte. O seu primeiro milagre aconteceu no meio de uma festa. A imensa maioria dos sinais que Ele operou, ocorreu nas casas e nas ruas, e não no templo. Alguns momentos de visitação especial da presença de Deus sobre a sua vida aconteceram em lugares tidos como pagãos e amaldiçoados, como foi a transfiguração.

É farta a quantidade de exemplos que poderiam ser mencionados, e que evidenciam de modo contundente a visão que Cristo tinha acerca do reino de Deus, ou seja, a de que é necessário ir em busca, de sair ao encontro, de não se deixar confinar, de não viver uma religiosidade “encavernada”, caracterizada pela clausura e distanciamento daqueles que jazem nas trevas, do lado de fora dos espaços pré-estabelecidos como sagrados.

Penso que, a exemplo do que foi o ministério de Jesus, deve ser o modo de existir da sua igreja, que não se confina numa redoma confortável, vivendo uma espiritualidade para o consumo pessoal daqueles que dela fazem parte, consequentemente destituída de senso de missão. Como Cristo via e fazia, a sua igreja deve compreender o mundo que a cerca como espaço onde deve fazer a luz do céu brilhar, e desenvolver estratégias e ações que possibilitem que muitos dos que estão lá, do lado de fora, sejam alcançados e transformados pelo evangelho.

A partir desta compreensão, surge o imenso desafio missionário que deve ser assumido pela igreja do Senhor Jesus. São muitos os que estão próximos a nós, imersos nas trevas, e que carecem da manifestação dos filhos de Deus. São muitos os que estão distantes de nós, nos quatro cantos do nosso Brasil, e que necessitam receber a luz do evangelho.

Tendo Jesus como nossa referência máxima, deixemo-nos apaixonar pela obra missionária, na mais absoluta certeza de que se assim o fizermos teremos a aprovação do Senhor.



Pr. Paulo Eduardo Gomes Vieira Primeira Igreja Batista de São Paulo
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