quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Até que a complicação nos separe!

O ser humano é essencialmente formado em diversas complexidades. O corpo humano é por demais complicado em suas minúcias e funcionamentos. Os mapas genéticos revelam que não há dois seres humanos iguais. Não é necessário ter muito conhecimento ou acesso a muitas informações para saber que a mente humana é complexa, o corpo humano é complexo, a personalidade humana é complexa...
A partir daí, não preciso nem dizer que as relações entre esses seres humanos também serão complexas, não é verdade?

Sabe que nesse mundo de complexidades, todo mundo tenta arriscar algum tipo de simplificação. Li num artigo que a psicologia, por causa de estudos recentes, tem afirmado que só há seis maneiras de amar. Faço um resumo dessas maneiras abaixo:

1.Romântica - trata-se daquela forma de amar que toda mulher deseja. Carinho, afeto, responsabilidade, compreensão e respeito, tudo muito bem dosado e altamente satisfatório.

2.Altruísta - é aquele jeito de amar em que os que amam se anulam totalmente, e um se dá tanto em sacrifício pelo outro que se esquece de si mesmo.

3.Lúdica - é aquele amor que se ocupa de emoções e sensações passageiras e que, via-de-regra, está tão fora da realidade que naufraga nas primeiras ondas de dificuldades.

4.Pragmática - é o tipo de amor vivido por aquelas pessoas que geralmente vieram de uma criação muito austera e que minimizam ou reprimem todo sentimento e está perto e comprometido, mas não são dadas a manifestações de carinho.

5.Cooperativa - tem a ver com aquela forma de amar onde o casal parece mais dois bons amigos do que realmente casados. O amor destes é alimentado por hábitos e interesses comuns.

6.Possessiva - trata-se daquela maneira de amar onde todas as ações são determinadas pelo ciúme e por comportamentos obsessivos e compulsivos, exigindo atenção do outro de forma exagerada e um controle doentio das palavras, do jeito, do olhar, do caminhar (e etc.) do outro.

Aí você me pergunta: Qual desses é o ideal? Eu respondo: Nenhum!

Fugindo de todo e qualquer rótulo, a ponderação singela que aqui faço é que, se somos complexos por natureza e em essência, o desafio então é amar de uma maneira onde o complexo se torne simples!

No meu entender, o Livro de Cantares na Bíblia é um "grito ao amor"! Além de fases de um relacionamento, o livro é uma poesia que toca em momentos do relacionamento. O capítulo 5, a partir do verso 2, mostra um conflito entre o casal a coisa se complicou na relação dos dois! Observe:

Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado, que está batendo: Abre-me, minha irmã, querida minha, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da noite. Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os pés, tornarei a sujá-los? O meu amado meteu a mão por uma fresta, e o meu coração se comoveu por amor dele. Levantei-me para abrir ao meu amado; as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos mirra preciosa sobre a maçaneta do ferrolho. Abri ao meu amado, mas já ele se retirara e tinha ido embora; a minha alma se derreteu quando, antes, ele me falou; busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu. (Cantares 5.2-6)

Ao que tudo indica no texto, eles se separaram, mas a separação parece ter sido profundamente terapêutica, eles parecem mais simples após a reconciliação. Veja que em 6.8-9 a forma como ele pensa sobre ela:

Sessenta são as rainhas, oitenta, as concubinas, e as virgens, sem número. Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada, de sua mãe, a única, a predileta daquela que a deu à luz; viram-na as donzelas e lhe chamaram ditosa; viram-na as rainhas e as concubinas e a louvaram. (Cantares 6.8-9)

Ou seja, na ótica do amado, sua amada é singular, é o seu grande amor! Aparentemente tudo se reacendeu dentro dele, ele reencontrou os caminhos do desejo, da atração e do amor apaixonado.

Observe ainda como ela passou a vê-lo, como ela pensa nele e sobre ele e como ela toma a iniciativa de expor seus desejos mais íntimos e intensos a ponto de convidá-lo para juntos desfrutarem das delícias do verdadeiro amor:

Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim. Vem, ó meu amado, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. Levantemo-nos cedo de manhã para ir às vinhas; vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras; dar-te-ei ali o meu amor. As mandrágoras exalam o seu perfume, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; eu tos reservei, ó meu amado. (Cantares 7.10-13)

Preste bem atenção e entenda uma coisa: O amor precisa de simplicidade... O amor carece da candura do perdão, da singeleza ao entender o que o outro está precisando de fato, da pressa em resolver as diferenças, da simplicidade do desejo de ser a melhor pessoa ainda que o outro não seja a melhor pessoa!

Simplicidade é tudo o que o Amor precisa! Que Deus te abençoe nesse intento.


Fonte: Pr Antonio Lazarini Neto em Elnet
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