segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Aumenta número dos sem religião no Brasil

O grupo dos que se declaram sem religião é o que mais cresce no Brasil, aumentando de 0,5% para expressivos 7,4% da população em 50 anos, de acordo com o censo do IBGE. Isto, no entanto, não significa que deixaram de crer em Deus. Do grupo de brasileiros sem religião, somente 0,5% se declaram ateus. Os outros declararam não ter vínculo com nenhuma igreja, o que não significa ausência de fé.

O levantamento faz parte do livro “Mudança de Religião no Brasil - Desvendando Sentidos e Motivações” e foi realizado pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris), da CNBB. Foram ouvidas, em 2004, 2.870 pessoas de 50 cidades.

Entre os sem religião há 41,4% convencidos que, para ter fé, não se precisa de igreja. Há ainda duas categorias muito parecidas: a daqueles que não acreditam nas doutrinas (29,4%) e a dos que são críticos das doutrinas (15,1%). A diferença é que o segundo grupo avalia que as religiões manipulam e alienam. “As pessoas mantêm uma relação com Deus, mas não têm uma relação com uma instituição”, avalia o teólogo Joel Portella, da PUC-Rio.

Já é sabido que quase um quarto dos brasileiros (23,5%) já mudou de religião alguma vez na vida. “A religião se tornou uma questão de opção, de liberdade. As pessoas não são mais conduzidas pelo social, pela pressão da família”, acrescenta o padre Joel Portella.

De acordo com o levantamento, a maior parte dos sem religião (80,1%) já teve uma religião no passado. A maioria, antes de abandonar sua doutrina, era católica (42,1%) e evangélica pentecostal (23,9%). Muitos trocaram de igreja mais de uma vez. Dos sem religião, 60,5% foram católicos em algum momento da vida.

Há um quinto grupo de sem religião, que não segue nenhuma doutrina por falta de tempo. Representam 23,2% dos sem religião. A soma das cinco categorias dá um pouco mais de 100% porque algumas pessoas entrevistadas se encaixaram em dois perfis. É um grupo curioso porque gostaria de participar mas não tem tempo.


Fonte: Estadão
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