domingo, 15 de agosto de 2010

Mais que um Mad Max gospel: O Livro de Eli

Em um futuro não muito distante, em meio às devastações ecológicas e sociais causadas pela guerra, vive Eli (interpretado por Denzel Washington), um guerreiro que tem a singular missão de preservar o último exemplar da Bíblia existente.

A grande temática do filme, contudo, é questionar o papel da religião para a sociedade. Seria ela apenas desde como uma ferramenta eficaz de dominação ideológica (como demonstra o personagem de Gary Oldman), ou indispensável para a humanidade que insiste em aboli-la (como demonstra a decadente sociedade com a qual convive).

Confira o trailer legendado:



Uma das sacadas do filme é que Eli aparece como um cristão bem "comum", apesar de sua importante missão: é um homem devoto, que ama a Deus, mantém-se íntegro e que anseia ardentemente que os outros conheçam e vivam as palavras do Livro que protege - mas em nenhum momento ele é apresentado como uma caricatura gospel. Inclusive, o fato de ele ser um guerreiro toca na relevante questão ética sobre o uso legítimo da força para promover a justiça. Seria a postura de Eli incompatível com o cristianismo?

Além disso, o filme faz uma bem-sacada crítica à política bélica fundamentalista de Bush e, apesar do elogio que realiza às Escrituras (curioso: Eli afirma que a versão bíblica que ele carrega é a King James, a versão americana mais popular e usada, comparável à Almeida e Corrigida brasileira. Por que será?) e sua permanente relevância, uma das cenas finais do filme me pareceu uma defesa ao ecumenismo. Será? Assista e tire suas conclusões.

PS: ao descobrir o grande segredo de Eli no final do filme, me diga se você, assim como eu, também não ficou com vontade de ter o mesmo "poder" que ele?



Fonte: Blog do Vitor Gadelha
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