domingo, 13 de junho de 2010

“Devido a minha ligação com a igreja, fui rejeitado”, diz Marcelo Crivella

Em visita a Teresópolis para se encontrar com lideranças das igrejas evangélicas na última segunda-feira, 7, o senador Marcelo Crivella foi o entrevistado desta terça-feira na DIÁRIO TV. Comentando sobre o evento Marcha para Jesus e as pesquisas eleitorais já realizadas para 2010, Crivella ressaltou que a região serrana do estado tem grande potencial na área de ciência e tecnologia. “Claro que não podemos esquecer também o turismo, os festivais são essenciais, mas a idéia que tenho é esse eixo: turismo, ciências e tecnologia para a região serrana”, garantiu.

Afirmando que Petrópolis já deu os primeiros passos para se transformar em um pólo de ciências e tecnologia, Crivella apontou alguns investimentos que podem ser muito bem aproveitados para Teresópolis em um futuro próximo. “Fiz uma proposta no Senado para que as universidades que não tem fins lucrativos possam transformar as dívidas que têm com o governo em bolsas de estudos. Isso fará com que elas possam abrir, sobretudo na região serrana, focos de ciências e tecnologia, porque esse é o futuro do Rio de Janeiro. Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo precisam ser um pólo de ciências e tecnologia, precisamos trazer locais para pesquisa, estudos, incentivar a vinda desses grupos e facilitar o acesso às universidades”, disse. De acordo com o senador, será votado em breve o Fundo Social, que “consiste em pegar os royalties que o governo receberá e fazer com que eles sejam aplicados na área de tecnologia e programas sociais”.

Crivella apontou esta como uma ótima opção para a região serrana ao comparar o estado com São Paulo. Segundo o senador, o Rio de Janeiro não tem grande vocação rural e conta ainda com limitação física, e nem pode pensar em desenvolvimento industrializado ou capital financeiro, pois estes já estão consolidados em São Paulo. “O futuro está na internet, nas telecomunicações. Temos que investir em ciência e pesquisa, e acho que Teresópolis tem tudo para isso, e até o clima favorece o estudo”, disse.

Falando ainda do município, Crivella comentou sobre a Marcha para Jesus, realizada no último sábado. “Aqui em Teresópolis, soube que foram mais de 10 mil pessoas, e tenho certeza de que não houve acidentes, embriaguez, atropelamentos, assaltos, etc, porque o povo evangélico não é assim. Ele tem o espírito de querer prosperar, de acreditar em Deus e ajudar o próximo, e trazem um benefício enorme para a nossa sociedade”, afirmou.

Falando sobre a sua liderança em pesquisas eleitorais, o senador demonstrou gratidão pelos fluminenses pela aparente possibilidade de poder prosseguir com seu trabalho. “O povo acompanhou meu trabalho no Senado e está me dando a oportunidade de voltar, continuar, prosseguir. Para mim, significa muito, porque devido a minha ligação com a igreja e os evangélicos, tive uma rejeição muito grande, promovida sobretudo pelo jornal O Globo. Muitos achavam que iam eleger um senador que trabalharia só para os evangélicos, igreja, e os oito anos mostraram que não”, garantiu Crivella. De acordo com o senador, os resultados do IBOPE apontam uma rejeição menor? o que é bastante positivo. “Estou, segundo a pesquisa, com 30% de rejeição, a menor entre os pré-candidatos”, disse.

Reafirmando a necessidade de maturidade para ocupar uma cadeira no Senado Federal, Crivella defendeu a ação suprapartidária dos senadores. “O Senado vem acima das paixões dos deputados. O Senado Federal é para acalmar os ânimos. Ele é uma cópia do Senado americano. Historicamente, quando na criação desse modelo, os presentes pensaram em criar duas Câmaras, a dos deputados e uma para revisão das leis, a exemplo da Inglaterra. Thomas Jefferson foi quem veio com a idéia de que a Câmara representaria a vontade do povo e teria o número proporcional à população de cada província. O Senado, por sua vez, representaria a província, com dois representantes de cada. No Brasil, é bem similar, mas são 27 estados e três eleitos para cada. Os estados tem mesmo peso, e isso não acontece na Câmara”, concluiu Crivella.

Fonte: Guia-me
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