sexta-feira, 30 de abril de 2010

A desgraça da teologia da prosperidade

Como é possível crer que o significado da vida é feito de bens e posses; de poderes e cargos importantes; de superioridade sobre os demais por se ser “filho do Rei”; crer que Deus responde ao dinheiro muito mais do que a uma oração quebrantada; e entender prosperidade como algo a ser medido por conquistas materiais — e não colocar o coração em poder-ter e em “ser-alguém” porque se tem poderes ou posses?

Simplesmente é impossível confessar tais coisas e pensar que o resultado e o significado podem ser diferentes. Sim, porque cada um fica do tamanho do seu ídolo-teológico; e também cada um se torna a imagem de sua própria confissão com a boca.

Esses senhores da prosperidade são filhos da avareza, que é idolatria; posto que só se ocupam das coisas desta vida. Paulo diria que o “Deus deles é o seu próprio ventre”.

A desgraça chamada de Teologia da Prosperidade é uma das coisas mais demoníacas que já aconteceram à “igreja”; e uma das principais responsáveis por pegar o que restou da Igreja, saqueando-a de suas ultimas purezas, e, assim, tornado-a “igreja”.

Ora, a tal “Prosperidade Idólatra e Materialista”, além de ser total perversão da mensagem e sentido do Evangelho Eterno, acontece também, entre outros fatores, em razão do complexo de inferioridade da “igreja”; e também em razão de que a maioria dos proponentes de tal “teologia”, quase sempre, são pessoas de origem simples, e que viveram na pobreza, ou que não tiveram muita instrução, ou que viram na “igreja” o melhor negócio de suas vidas.

Afinal, que negócio é mais lucrativo na Terra do que a religião?

Veja: Não dá nada pra ninguém e recebe de todos; não vende nada material, mas recolhe grana como quem vendeu diamantes invisíveis; não investe em produção, mas ganha muito como industria de promessas de milagres; não tem que manufaturar nada, pois apenas tem que manipular tudo; não tem que convencer ninguém de nada, posto que, pela pobreza, pelo medo, e pela infelicidade da existência, tais indivíduos, os “fiéis”, já compraram o “pacote” como quem compra o poder de um “despacho”, etc...

Isto porque a visão de Deus anunciada nesses grupos é a de um “Deus” perverso, avaro, ganancioso, inescrupuloso, louco por prata e ouro, e que não agüenta receber uns trocados sem dar uma demonstração pagã de poder (coisa de pequenas e medíocres divindades).

Desse modo, meu irmão, ainda que conhecendo milhares que conhecem a Deus mesmo na “igreja”, a maioria, entretanto, apenas sabe de Deus pela boca doutrinária de terceiros, o que os deixa à mercê das intenções de todos os inescrupulosos. Enquanto os “evangélicos” não pararem de ouvir somente os “pastores”, e passarem a ler de fato a Bíblia que apenas carregam como amuleto divino em baixo do braço, o paganismo reinará na “igreja”.

O povo perece sempre por falta de conhecimento de Deus e da Palavra!

Essa tal “teologia” é o conteúdo espiritual de um deus pagão. Sim, um deus que responde à mecânica ritual das campanhas de prosperidade, e que se deixa mandar pelas ordens e caprichos dos pastores; e que, além disso, faz acepção de pessoas, pois, apenas é bom para os que dão dinheiro a “ele”; e também só é bom para aqueles que não faltam aos encontros com “ele” nos horários predefinidos pelos “seus” donos na terra: os sacerdotes da religião. No caso em questão, falo dos “sacerdotes” da religião evangélica, que foi a mais afetada por essa filosofia dos gurus indianos na América na década de 60 e 70.

Sim, porque a “Teologia da Prosperidade” apareceu na carona do “deus rico” dos gurus da Califórnia; e seu conteúdo é idêntico ao “deles”; ou seja: a divindade tem seus “gurus”, os quais, em sendo “servidos pelo povo”, carreiam para os “servos” as bênçãos que apenas são liberadas se eles, os gurus, forem servidos abundantemente e em primeiro lugar.

Como se não bastasse, essa tal “teologia” também é feita do mesmo material de conteúdo das principais correntes da mecânica da neurolingüística da Nova Era.

Desse modo, Deus virou deus; e de Criador passou a Criado; e de Provedor virou Garçom de Crente; e de Senhor passou a ser Servo das ordens e caprichos dos pastores que “o” controlam, e dos crentes que com “ele” fazem suas barganhas.

De fato estamos falando de uma “coisa” que seria mais bem chamada de Evangecumba. Sim, a “teologia da prosperidade” não passa de paganismo feito dos mesmos elementos mântricos e das mesmas repetições pagãs as quais Jesus denunciou.

Você pergunta se isto é anticristo? Ora, é claro que é. Por muito menos Paulo disse que os judaizantes de seus dias — os quais eram teologicamente “puros” perto dos proponentes da “prosperidade” —, eram “inimigos da cruz de Cristo”.

Preste bem atenção:

Eu não tenho a menor dúvida que tudo isto que acontece à “igreja” hoje é coisa do diabo, e creio que o “espírito” que age em tais lugares não é o Espírito de Deus, mas o espírito do mundo que jaz no maligno.

Ora, esta não é uma opinião minha, pois quem quer que seja honesto e que conheça a Palavra haverá de saber que tudo o que disse acima é verdade conforme Jesus e o Evangelho Eterno e Imutável.

Desse modo, não tenho nenhum temor quanto a dizer que entre muitos que são sinceros, ainda que enganados pela total ignorância espiritual na qual vivem, há também uma legião de mal-intencionados, os quais, na sua maioria, não são os crentes, que apenas ouvem o que é dito, mas sim os pastores que se fizeram mediadores entre os pobres crentes e “Deus”.

Ora, para mim, tal realidade equivale a ver “o abominável da desolação assentado no lugar santo”, e dando ordens em nome de Deus, como se Deus mesmo eles fossem.

O “Cristianismo” , como em abundância aqui tenho escrito, é mais uma Religião Pagã. Em seu meio, desde o inicio — ou seja: desde Constantino, que é o seu criador —, o que prevaleceu foi a magia, a bruxaria que buscava bruxas para matar com mórbido tesão, e toda sorte de tentativas de controle do nome de Deus a fim de manipular o povo ou negociar com os príncipes e com as potestades políticas.

Vejo todas essas maneiras perversas de relação com “Deus”; e também vejo como sendo coisa que equivale à bruxaria dos “Enoquianos”, por exemplo, que é uma seita que crê que por meio de palavras mágicas de ordem, pode-se pôr os anjos a serviço do homem quando este bem entende, sendo os anjos sujeitos aos homens e aos seus caprichos.

Somente quem não conhece a Jesus e Sua Palavra pode pensar que minhas palavras são ácidas. Pois quem de fato conhece a Palavra, sabe que não digo aqui nada que Paulo, Pedro e Judas não tenham dito em suas cartas e epístolas. E mais: somente quem não conhece o espírito do Evangelho e seu conteúdo é que pode se entregar à loucura, ao devaneio, ao surto da “teologia da prosperidade” crendo que se trata de algo genuíno ou de Deus.

O “Deus” ensinado pela “teologia da prosperidade” é a cara do Diabo!

Assim, meu irmão, não perca mais seu tempo com esses caras e nem com tais loucuras, pois, decerto, o fim deles, não será bom; especialmente o fim daqueles muitos que se servem de tais práticas apenas para enganar o povo, conforme um vídeo novo do senhor Edir Macedo, e que circula pela net, no qual, sem pudor, ele ensina seus “pastores”, explicitamente, acerca de como devem proceder para arrancar grana do povo, mesmo e especialmente dos pobres. Ora, o escracho e maldade propostas são explicitas, e ainda a se faz afirmar a partir da seguinte convicção: “No meio daquele povo, vai ter gente não gostando... Mas e daí? Tem que dar. E sempre tem gente para dar...”

Deus é Vivo! E todos eles, logo, logo, estarão diante do Eterno; e então verão com quantos paus se faz uma eterna cangalha!

Receba meu carinho! Fique firme no Evangelho da Graça!

Nele, em Quem a prosperidade é riqueza de boas obras e amor, e não grana e poder humanos,

Caio

Fonte: Site do Caio Fábio
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