sábado, 30 de janeiro de 2010

Espírito Santo: “Um coadjuvante na igreja moderna”


Por Pr. Luis Carlos Alves


Estou preocupado com o perfil da igreja do século XXI. Fala-se muito em avivamento, mas, na verdade o que está havendo é muito barulho e pouca manifestação genuína do Espírito de Deus em nosso meio. Existe muita gente despreparada em cima de nossos púlpitos introduzindo idéias criadas em suas mentes, ensinando o que Jesus não ensinou, falando o que Deus jamais falou.

Usar o nome do Senhor em vão, talvez seja o pecado mais cometido hoje. O que estão fazendo em nome de Deus assusta até o diabo. Tem gente fazendo coisas em nome de Deus que somente o diabo é capaz de fazer, introduzindo doutrinas as mais estapafúrdias, mais malucas, mais esquisitas, sem pé e sem cabeça, faladas em nome de Jesus e anunciadas no poder do Espírito Santo. Mas nem Deus acredita nessas coisas! O Espírito Santo que deveria ser o protagonista, o nosso mentor, hoje se tornou um personagem coadjuvante e quase extinto em nossos cultos e em nossas deliberações.

A paixão pelo evangelho vem se desvanecendo. A cada dia surgem homens de Deus, que subordinam seus ministérios a esquemas administrativos. O preparo ministerial está longe da realidade bíblica. A escolha de um pastor para assumir uma determinada igreja já não é mais decidida através da oração, mas sim através de Lobby. Homem de Deus é formado em cursos e faculdades teológicas, e bem preparados em congressos e seminários.

A igreja usa e abusa de métodos para crescimento (aliás nunca existiram tantos). O marketing nunca foi tão explorado em beneficio da igreja. Não existe nada de errado em preparar nossos pastores em faculdades, quem dera todos tivessem esta oportunidade. Não há nada de errado em esquemas de crescimento e marketing, tudo isso seria ótimo se o Espírito de Deus tivesse liberdade para cumprir o seu papel em nossas vidas, em nossas igrejas e principalmente em nossas resoluções. O problema é que se percebe uma insatisfação generalizada na igreja de nossos dias. A falta de intimidade com Deus está estampada na miséria espiritual dos membros de nossas igrejas. Hoje é difícil distinguir um membro de igreja dos membros de clubes mundanos.

Não há sinal de novo nascimento. Os homens de Deus perderam suas identidades. Vida de oração foi sufocada pela correria do dia a dia. O que importa hoje é chegar na frente na maratona da vida que nos leva a uma conquista de cargos, posições, status, recheados de muito dinheiro.

A política nunca foi tão importante em nossas igrejas, a ponto de criar verdadeiras batalhas na escolha de seus representantes que arvoram sempre a idéia de interesse do reino, desde de que ele seja o candidato oficial. A igreja não está preocupada com o diabo, muito menos com o pecado, o que deixa nossos lideres inquietos é o fato de um ímpio estar ocupando o lugar que poderia ser dele. Deus não depende, nunca dependeu e jamais dependerá de políticos para cumprir seus propósitos.
Por favor, acordem! Deus continua dependendo de homens cheios do Espírito Santo, que preguem com autoridade de quem tem uma vida santa e o firme propósito de engrandecer o nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Bons pregadores entregando lindos sermões em igrejas belíssimas, não darão conta do recado. Sem o poder do Espírito Santo que dá liberdade aos cativos nada será mudado.

Educação, conhecimento, talento ou capacidade não pode curar os males deste mundo. Cantores treinados, com vários CDs gravados, pregadores com um punhado de credenciais impressivas, cultos opulentos de televisão, tudo isso faz com que o diabo ria. As coisas que impressionam o mundo não impressionam a Deus. Não lutamos contra a carne e sangue, mas contra principados e potestades, contra os poderes das trevas, contra a maldade espiritual nos lugares celestiais. A maldade espiritual não será vencida por credencias frívolas, humanas, nem por esquemas políticos. É vencido somente pelo poder do Espírito Santo. As nossas decisões precisam ser tomadas mediante consulta e aprovação do Espírito Santo.

Atenção Lideranças evangélicas: não façam do Espírito Santo um coadjuvante nas decisões a serem tomadas em suas instituições. Eu sonho com o retorno de uma liderança evangélica onde os homens de Deus antes de tomarem decisões se “tranquem” em casa ou num sitio, ou seja, lá onde for e não saiam de lá enquanto Deus, eu disse Deus e não DEUS mostrar os rumos a serem tomados. Estou cansado de ver pastores da Tabula redonda, tomando decisões a respeito de uma obra que não é deles sem consultar o soberano estatuto desta obra, a Bíblia Sagrada. Eu termino perguntando: O que estamos buscando na nossa caminhada?

Espero que o Espírito Santo possa voltar a ser o personagem principal em nossas vidas e em nossas deliberações. Espero que tenhamos a plena consciência de que não temos o direito de manipular as escrituras para burlarmos regimentos que nos desfavoreçam. Espero que Espírito Santo volte a ser o protagonista da nossa historia. O segredo da igreja, e o caminho para o avivamento continua sendo o Espírito Santo.

Luis Carlos Alves é Pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular do Jardim Vergínia em Curitiba – PR Escritor, conferencista e colunista da revista Stylo Gospel

Fonte: Blog do Pr. Luis Carlos
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